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Arte: Pilar Emitxin

Tras el mes de marzo, mes internacional de la mujer, debemos recordar a las que siempre son olvidadas. Debemos recordar a las que pasan desapercibidas por los callejones oscuros y que, mientras la ciudad duerme, trabajan de esquina a esquina. Debemos recordar a aquellas a las que el proyecto colonial relegó a muertes espectacularmente violentas, al subempleo y al genocidio. No hay que olvidar que en los territorios de Abya Yala este proyecto colonial es tan efectivo que concentra el mayor número de muertes de mujeres trans y travestis del mundo [1]. En Brasil, país que desde hace más de 10 años ocupa vergonzosamente la cima de este genocidio, la mayoría de las muertes son de mujeres travestis negras y afrodescendientes [2].

Después de todo, ¿cómo es posible escribir una historia que tenga en cuenta la memoria y la experiencia de las mujeres trans y travestis si nuestra esperanza de vida es de 34 años? ¿Si la Operación Tarántula de la dictadura corporativo-militar brasileña ni siquiera nos permitía salir de día en las ciudades? ¿Si ni siquiera podemos ir al mercado, caminar por las calles y realizar nuestra rutina sin ser víctimas de una serie de violencias de todo tipo, psicológicas, físicas, verbales? ¿Si ciertas corrientes del feminismo occidental se niegan a escucharnos y a aceptar nuestras reivindicaciones como fundamentales para la liberación de las mujeres y de la sociedad en su conjunto, víctimas de un cistema que es el mismo que destruye la Amazonia, asesina a mujeres y hombres negros y relega a tan poca cosa la vida humana y no humana?

A pesar de todo esto, es necesario escuchar y aprender de las mujeres trans y travestis, porque tienen mucho que decir. Porque a pesar del genocidio que nos rodea, resistimos a todos los intentos de destrucción y seguimos propagándonos como un virus, sorteando el cistema patriarcal para impedir la colonización de nuestros cuerpos, nuestras expresiones y nuestros afectos.

La persecución y genocidio de mujeres trans y travestis, especialmente en América Latina, es un frente de avance más del proyecto colonial, no por casualidad la inmensa mayoría de las víctimas de asesinatos son negras y pobres. Este proyecto, que no admite la diversidad y pluralidad de la vida y emprende la destrucción de especies no humanas en beneficio de una minoría de esta llamada «humanidad» es el mismo que no admite la diversidad sexual y de género. Es la misma que, al no domesticar ciertos cuerpos, al no garantizarles inteligibilidad a partir de ciertas categorías ya establecidas, les niega subhumanidad, subempleo, olvido y muerte violenta, pues es muy raro que una mujer trans o un travesti sean asesinados de un solo disparo.

Por lo tanto, es necesario construir espacios en los que las mujeres trans y travestis puedan expresarse y construir sus aportes al lado de todas las demás mujeres, cis, negras, indígenas, faveladas, aquilombadas, trabajadoras, amas de casa, etc. Es necesario construir espacios para promover un proyecto político transfeminista que no sólo tenga en cuenta la diversidad de las mujeres que trabajan en él, sino que coloque esa diversidad como un objetivo a ser alcanzado en aras de la libertad de los seres humanos y no humanos, en aras de una vida que no sea capturada por el ansia de muerte que acompaña la sed de lucro y la opresión de raza, clase, género y sexualidad.

Con esto en mente, la Revista Amazonas invita a las mujeres trans y travestis a compartir sus escritos, sus memorias y experiencias para que juntas podamos fomentar estos espacios de intercambio entre mujeres a favor de un transfeminismo en el que quepamos todas.

Serán bienvenidos todos los tipos de contribuciones; ensayos, entrevistas, poesías, crónicas, etc. con hasta 1.200 palabras.Si el autor o autora tiene una ilustración lista para su texto, también puede enviarla para su publicación.El periodo para envío será del 04/05 al 07/06. Los textos deben ser enviados al correo electrónico: info@revistaamazonas.com #TRANSmigrantes #TRANSoriginarias #TRANSfeministas #TRANSmasculinas #TRANSno-binarias #TRANSracializadas


[1] https://www.brasildefato.com.br/2022/01/23/ha-13-anos-no-topo-da-lista-brasil-continua-sendo-o-pais-que-mais-mata-pessoas-trans-no-mundo.

[2] https://www.brasildefato.com.br/2022/01/23/ha-13-anos-no-topo-da-lista-brasil-continua-sendo-o-pais-que-mais-mata-pessoas-trans-no-mundo.

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Arte: Pilar Emitxin

Nem mortas, nem violadas: vidas trans importam

Passado o mês de março, o mês internacional das mulheres, é preciso lembrar daquelas que sempre são esquecidas. É preciso lembrar daquelas que passam despercebidas pelas vielas escuras e que, enquanto a cidade dorme, trabalham de esquina em esquina. É preciso lembrar daquelas a quem o projeto colonial relegou as mortes espetacularmente violentas, o subemprego e o genocídio. É preciso não deixar esquecer que nos territórios de Abya Yala esse projeto colonial é tão eficaz que concentra maior quantidade de morte de mulheres trans e das travestis no mundo[1]. No Brasil, país que há mais de 10 anos vergonhosamente ocupa o topo desse genocídio, a maior parte das mortes são de mulheres trans e travestis negras e afrodescendentes[2].

Afinal, como é possível escrever uma história que leve em conta a memória e experiência das mulheres trans e das travestis se nossa expectativa de vida é de 34 anos? Se a Operação Tarântula na ditadura empresarial-militar brasileira não nos permitia sequer sair à luz do dia nas cidades? Se não podemos nem ir ao mercado, andar nas ruas e cumprir nossa rotina sem sermos vítimas de uma série de violências de todas as ordens, psicológica, física, verbal? Se determinadas correntes do feminismo ocidental se negam a nos escutar e a acolher nossas demandas enquanto fundamentais para a libertação das mulheres e da sociedade como um todo, vítima de um cistema que é o mesmo que destrói a Amazônia, assassina mulheres e homens negros e relega a vida humana e não-humana a tão pouco?

Apesar de tudo isso, é preciso escutar e aprender com as mulheres trans e as travestis, pois elas têm muito a dizer. Porque, apesar do genocídio que nos ronda, nós resistimos a todas as tentativas de destruição e seguimos nos espalhando como um vírus, burlando o cistema patriarcal para impedir a colonização de nossos corpos, nossas expressões e nossos afetos.

A perseguição e o genocídio de mulheres trans e travestis, principalmente na América Latina, é mais uma frente de avanço do projeto colonial, não atoa a maioria massacrante das vítimas de assassinato é negra e pobre. Este projeto, que não admite a diversidade e a pluralidade da vida e empreende a destruição de espécies não-humanas para o benefício de uma minoria dessa pretensa “humanidade” é o mesmo que não admite a diversidade sexual e de gênero. É o mesmo que, ao não conseguir domesticar determinados corpos, ao não lhes garantir inteligibilidade a partir de certas categorias já instauradas, lhes renega a uma sub-humanidade, ao subemprego, ao esquecimento e à morte violenta, já que muito raramente uma mulher trans ou uma travesti é assassinada com apenas um tiro.

Portanto, é preciso construir espaços em que as mulheres trans e as travestis possam expressar e construir suas contribuições ao lado de todas as outras mulheres, cis, negras, indígenas, faveladas, aquilombadas, trabalhadoras, donas de casa, etc. É preciso construir espaços para fomentar um projeto político transfeminista que não apenas leve em conta a diversidade de mulheres que atuam nele, mas que coloque essa diversidade como um objetivo a ser alcançado em prol da liberdade de seres humanos e não-humanos, em prol de uma vida que não seja capturada pelo afã de morte que acompanha a sede de lucro e a opressão de raça, de classe, de gênero e de sexualidade.

Tendo isso em vista, a Revista Amazonas convida mulheres trans e travestis a compartilharem seus escritos, suas memórias e experiências para que possamos juntas fomentar esses espaços de troca entre mulheres em prol de um transfeminismo em que caibam todas nós.

Serão bem vindos todos os tipos de contribuições; ensaios, entrevistas, poesias, crônicas, etc.  com até 1.200 palavras. Caso e autore tiver uma ilustração para o seu texto já pronta, também poderá enviar para publicação. O período para envio será de 04/05 a 07/06. Os textos devem ser enviados para o endereço de e-mail: info@revistaamazonas.com

#TRANSimigrantes #TRANSoriginárias #TRANSfeministas #TRANSmasculinas #TRANS-nãobinárias

#TRANSracializadas

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