“Indecisão…”

Por Walquiria Teodoro

Ilustração: Calebre

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Por que em algumas situações é tão difícil decidir sobre algo?

Em tudo e em todo tempo estamos decidindo sobre coisas em nossas vidas. Das relevantes as mais banais. É tão comum que nem reparamos nessas tomadas de decisões.

Mas existem escolhas, que são complexas de decidir por um lado ou por outro. E quando nos deparamos com essas escolhas, como sair dessa lacuna?

Estava tocando uma música ao fundo, na voz de Nando Reis, “Resposta”.

Eu tinha pedido um café coado tradicional.

Sentei em uma mesinha escondida no jardim de inverno da cafeteria, muito aconchegante.

Ali eu me sentia fora da vista das pessoas, onde poderia despir todos os meus pensamentos.

Então comecei a escrever, sem muito rumo do que sairia dessa cabeça.

Haviam alguns raios de sol sobre o teclado do computador. Raios que atravessavam entre os galhos de uma trepadeira. Era mágico.

Então me peguei pensando em todas as possibilidades que tinham à minha frente. E em como eu estava indecisa sobre todas elas.

O que fazer?

Eu não tinha essa resposta!

Quantos anseios esse coração guardava. Eu estava em uma grande encruzilhada, sem a menor possibilidade de decidir por qual caminho seguir.

Eu sentia uma brisa densa que vinha em minha direção, bagunçava os meus cabelos, cheiro de bergamota. Mas não havia nenhuma flor ao longo da minha vista.

Eu estava confusa. E ali permaneci parada.

Aquela brisa se tornou uma ventania, era como se eu estivesse sendo tomada por afagos, e o cheiro de bergamota estava cada vez mais intenso. E eu ainda estava ali parada.

Era claro que eu deveria sair daquela encruzilhada, e seguir pelo caminho perfumado por bergamotas. Fechei meus olhos, respirei fundo, tomei coragem, e ao abri-los , uma surpresa…

Eu estava ao fundo, observando uma mesinha escondida entre as várias plantas que havia em sua volta, nela uma moça de cabelos dourados que parecia estar concentrada em uma longa escrita. Olhei com mais detalhe, e sobre a mesa uma chaleira azul fazendo a vez de um vaso, com bergamotas, muitas bergamotas. E eu entendi de onde vinha o cheiro.

Não sei por quanto tempo fiquei observando aquela cena, me parecia familiar.

Em um piscar de olhos, que levou uma eternidade, eu também estava sentada naquela mesa. Eu estava vivenciando aqueles anseios.

Eu era a impostora!

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«Indesición»…

Por Walquiria Teodoro

Traducción: Ana Paula Gonçalves y Amanda Martínez.

¿Por qué en algunas situaciones es tan difícil decidir sobre algo?

En todo y a cada momento estamos decidiendo cosas en nuestras vidas. Desde lo más relevante hasta lo más trivial. Es tan común que ni siquiera nos damos cuenta de estas decisiones.

Pero hay decisiones que son complejas de tomar, ya sea por un lado o por el otro. Y cuando nos enfrentamos a estas opciones, ¿cómo salimos de esa laguna?

De fondo sonaba una canción, en la voz de Nando Reis, «Respuesta».

Yo había pedido un café tradicional.

Me senté en una mesita escondida en el jardín de invierno del café, era muy acogedora.

Allí me sentía fuera de la vista de la gente, donde podía desnudar todos mis pensamientos.

Así que empecé a escribir, sin mucha orientación de lo que saldría de esa cabeza.

Había algunos rayos de sol sobre el teclado de la computadora. Rayos que se cruzaban entre las ramas de una enredadera trepadora. Era mágico.

Entonces me encontré pensando en todas las posibilidades que tenía ante mí. Y en lo indecisa que estaba sobre todas ellas.

¿Qué hacer?

No tenía la respuesta.

Cuántos anhelos albergaba este corazón. Me encontraba en una gran encrucijada, sin la menor posibilidad de decidir qué camino tomar.

Sentía una densa brisa que venía hacia mí, me despeinaba y olía a bergamota. Pero no había ninguna flor a mi alcance.

Estaba confusa. Y allí me quedé inmóvil.

Aquella brisa se convirtió en un vendaval, era como si me invadieran las caricias, y el olor a bergamota era cada vez más intenso. Y yo seguía allí de pie.

Estaba claro que debía salir de aquella encrucijada, y seguir el camino perfumado de bergamota. Cerré los ojos, respiré hondo, me armé de valor, y cuando los abrí, una sorpresa….

Estaba en el fondo, observando una pequeña mesa escondida entre tantas plantas que la rodeaban, sobre ella una chica de cabellos dorados que parecía estar concentrada en un escrito prolongado. Miré más de cerca, y sobre la mesa una tetera azul ocupaba el lugar de un jarrón, con bergamotas, muchas bergamotas. Y comprendí de dónde venía el olor.

No sé cuánto tiempo contemplé aquella escena, me resultaba familiar. 

En un abrir y cerrar de ojos, que se me hizo eterno, yo también estaba sentada en aquella mesa. Estaba experimentando esos anhelos.

¡Yo era la impostora!